O que é a filosofia? – A filosofia no Ensino Médio

Quando a filosofia é apresentada no ensino médio, a primeira dificuldade que os alunos têm é relativa à compreensão do que é a filosofia. Afinal, muitos de vocês, estudantes secundaristas, nunca estudaram a disciplina anteriormente, e poucos já leram algum livro de iniciação à filosofia.

Um bom modo de introduzir a filosofia na sala de aula é demarcá-la frente a outras disciplinas. É importante que se perceba, logo de início, as particularidades da filosofia, e em que aspectos a filosofia é diferente das outras matérias. A partir daí, é possível compreender o que é a filosofia.

Como começar?

Em primeiro lugar, definindo um ponto de partida em comum com as outras disciplinas. Todas as disciplinas têm um objeto e um método. O objeto da biologia, por exemplo, é o conjunto de fenômenos da vida. O objeto da física é o conjunto de fenômenos da natureza, de fenômenos do universo. O objeto da história é o conjunto de registros do homem no tempo passado que se apresentam em nosso tempo.

Todas as disciplinas têm, também, um método. O método da biologia e da física é o método experimental, ou o método hipotético-dedutivo. O método da história é a análise documental, ou a análise arqueológica, ou o estudo dos registros de várias espécies que podem ser encontrados no momento em que se faz a história.

A filosofia também tem um objeto e um método. Quais serão eles?

Procuremos um caso de uma ciência a partir do qual podemos demonstrar de que tipo é o objeto filosófico. Peguemos, por exemplo, uma lei da física. A segunda lei de Newton diz que “a força aplicada por um corpo é igual à sua massa multiplicada pela sua aceleração”, ou F = m a. A aceleração é a variação de uma velocidade pelo tempo, e a velocidade é a razão entre uma medida de espaço, que pode ser o metro, e uma medida de tempo, que pode ser o segundo; a aceleração pode ser medida, portanto, em m/s² . A fórmula da segunda lei de Newton, assim como o que significa a aceleração, são coisas que os alunos do ensino médio estão cansados de saber. São assuntos da física.

Você, aluno, usa os metros e os segundos sem pestanejar. Os metros e os segundos não são problemáticos na física. São pressupostos. O espaço e o tempo são utilizados na física acriticamente. O professor de física jamais perguntará numa prova: “O que é espaço?”, “O que é tempo?”. Esses problemas já não pertencem à física. São problemas filosóficos.

Os problemas filosóficos são relativos aos conceitos utilizados por nós, noções que geralmente passam desapercebidas, a respeito das quais não nos preocupamos, idéias que não analisamos.

Portanto, o objeto da filosofia é o conceito, é a noção, é a idéia. Quer sejam conceitos, noções e idéias do nosso dia-a-dia, quer sejam parte de domínios específicos do conhecimento.

O método da filosofia também não é semelhante ao método das ciências físicas ou das ciências humanas. O trabalho sobre os conceitos acontece por meio do diálogo, da polêmica, da discussão – seja com filósofos amigos, por meio de conversas pessoais ou de diálogos de artigos, seja com a obra textual de filósofos que não conhecemos pessoalmente.

Ora, se o objeto da filosofia é o conceito e se o método da filosofia é argumentativo, então a filosofia pode alcançar a verdade? Não parece que cada um terá sua verdade pessoal? Ou seja: na filosofia, tudo é relativo?

Numa conversa entre um botafoguense e um vascaíno sobre futebol, não se pode afirmar que um dos dois esteja certo. Cada um defenderá seu time. Cada um acreditará que seu time é melhor, ou mais vibrante, ou mais bacana. A filosofia não pode fazer nada em relação a discussões como essa.

Contudo, em relação a problemas verdadeiramente filosóficos, a situação não é a mesma. Vamos supor que estamos diante de dois filósofos: um, ateu; o outro, teísta. O ateu procura argumentar que Deus não existe, o teísta procura argumentar que Deus existe.

A princípio, poderíamos dizer: cada um com sua verdade. Se um acredita que Deus existe, então para ele Deus existe; se o outro acredita que não, então para ele Deus não existe, e temos a solução para que eles não briguem.

Olhando mais de perto, essa solução não é boa. Aliás, é péssima, porque é inútil. Não conduz à investigação, mas ao preconceito e ao obscurantismo teísta ou à cegueira ateísta.

Objetivamente: ou Deus existe, ou Deus não existe. Deus não pode existir e não existir ao mesmo tempo. Um dos filósofos está certo, o outro está errado.

Para descobrir quem está certo e quem está errado, os filósofos comparam seus argumentos. A posição que apresentar os melhores argumentos é considerada a melhor posição naquele momento.

Para que isso funcione, evidentemente, é necessário que ambos os filósofos tenham uma atitude que se chama honestidade intelectual. A honestidade intelectual, entre outras coisas, exige que, quando uma discussão acontece, ambas as partes estejam dispostas tanto a convencer quanto a ser convencidas. O filósofo sério aceita a possibilidade de rejeitar sua posição original e aceitar uma posição diferente, se seus argumentos forem piores do que os do outro.

Novamente surge outro problema: parece que então a filosofia é uma atividade sem objetivo. Se hoje o filósofo aceita um argumento que prova que Deus existe (e, que, portanto, deve levar a existência de Deus a sério), mas amanhã pode ser convencido, por um argumento melhor, de que estava enganado, e depois de amanhã pode refutar o argumento contrário à existência de Deus, então parece que a filosofia não está buscando a verdade, mas é apenas uma brincadeira literária ou um jogo lógico – e que, portanto, é melhor nem se preocupar com esses assuntos filosóficos.

A filosofia, no entanto, não é uma atividade que visa apenas argumentar por argumentar, nem de argumentar para vencer o debate. A argumentação, na filosofia, tem um sentido muito claro: chegar à verdade.

Chegar à verdade como, se o que é considerado verdadeiro hoje pode ser considerado falso amanhã?

A filosofia tem o objetivo de alcançar a verdade acerca das noções, dos conceitos e das idéias mais fundamentais. Mas a verdade não é, necessariamente, absoluta. A verdade é provisória. A verdade é a melhor resposta que se tem atualmente. Isso não faz a verdade ser relativa; a verdade é uma conseqüência necessária da melhor argumentação possível hoje.

Por isso, é melhor estudar filosofia do que não estudar. Ter a certeza de chegar a uma verdade válida, ainda que provisória, é melhor do que não chegar à verdade e viver cheio de opiniões frágeis fundamentadas em preconceitos. Viver com uma verdade provisória, aberta à discussão, é melhor do que viver sem verdade alguma, achando que se tem todas as verdades do mundo.

A filosofia não é, portanto, mera opinião. Não é, também, qualquer argumentação. É a busca pela melhor argumentação, é o contrário da opinião – isso quer dizer que o filósofo não é uma pessoa cheia de opiniões sobre tudo, mas uma pessoa que investiga idéias e noções, utilizando uma técnica (lógica e argumentativa) para estudá-las.

Por esse motivo é importante o estudo da lógica e da técnica argumentativa. Você, aluno, deve saber utilizar os argumentos com propriedade na construção de ensaios sobre temas filosóficos. Afinal, a primeira função do estudo da filosofia é tornar os estudantes capazes de filosofar com alguma competência.

O ensaio filosófico é um texto argumentativo crítico no qual o autor expõe um problema filosófico, apresenta sua posição, mostra argumentos de posições diferentes e, finalmente, demonstra que a sua posição tem argumentos mais fortes do que as outras.

Daí se pode compreender a importância que tem o estudo da história da filosofia. Para conhecer o desenvolvimento mais atual de um problema filosófico, é necessário saber ao menos um pouco da história desse problema. Senão, corre-se o risco da utilização de um argumento que já foi refutado muitas vezes há muito tempo. Por exemplo: um aluno que esteja argumentando a favor da existência de Deus, conhecendo um pouco da história desse problema, não utilizará o argumento ontológico de Descartes, pois saberá que há sérias dificuldades nele. Poderá utilizar, por outro lado, alguma concepção de Deus apoiada por argumentos mais fortes, com a concepção de Spinoza, ou a concepção de Teilhard de Chardin, ou a de Alvin Plantinga ou alguma outra – sabendo, também, se proteger dos contra-argumentos com que a sua argumentação pode ser enfraquecida. Por isso a necessidade de estudar a história da filosofia.

Finalmente, a filosofia é uma atividade que todos praticam em vários momentos de todos os dias. A única diferença entre o leigo e filósofo profissional é que este último aprendeu a utilizar uma série de técnicas filosóficas que tornam o filosofar mais eficiente. Aprender algumas dessas técnicas é a primeira tarefa que um aluno de filosofia – quer no ensino médio, quer na faculdade – deve cumprir. Para estudar o objeto da filosofia é necessário um método filosófico, método que conduz ao objetivo de encontrar algumas verdades (ainda que provisórias). Em nossa matéria, aprenderemos justamente as ferramentas mais básicas para que possamos filosofar melhor: a lógica, a técnica argumentativa crítica e a história da filosofia. Ao final do ano, vocês não saberão “a filosofia”: pelo contrário, descobrirão que a filosofia começa pelo filosofar, e que o filosofar é apenas um começo.

(Para baixar este texto em um arquivo PDF, clique aqui: O que é a filosofia?)

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48 comentários sobre “O que é a filosofia? – A filosofia no Ensino Médio

  1. Amigos, lendo esse artigo tomei conhecimento de que exixtem filósofos teístas. Considero-me uma pessoa de um bom nível de censo crítico, por esse motivo quero fazer filosofia, porém aprendi que todo bom filósofo deve ser ateu. Sou Cristão, e ném por isso sou desprovido de censo crítico. Lí um artigo em que um escritor (provavelmente teólogo) disse que ” fé não é assunto de filosofia e que, filósofo que se preze, deve ser ateu”. Isso é verdade? Em suma, eu posso ser um filósofo que crê em Deus? (teísta). Ao tomar conhecimento de que há filósofos teísta fiquei muito motivado a fazer filosofia, pois não quero desperdiçar minha capacidade argumentativa. Ficarei eternamente grato se puderem me ajudar a encarar essa questão me respondendo pelo e-mail. Obrigado.

  2. Carlos, a religião que alguém professa não é um impedimento à prática filosófica. Pelo contrário, pode mesmo sugerir pontos de partida para a reflexão sistemática e crítica. Discordo absolutamente da opinião de que “fé não é assunto de filosofia e filósofo que se preze deve ser ateu”: não só a fé como também muitos conceitos utilizados na religião e na teologia (conceitos como Deus, bem e mal) podem – e devem – ser objeto da filosofia; e há inúmeros bons filósofos teístas. O problema da existência de Deus, inclusive, recebeu no século XX novos argumentos favoráveis e contrários, e não é um problema simples como a maioria dos teístas e dos ateístas pressupõem. Se você quiser conhecer a pesquisa filosófica de ponta a partir de uma perspectiva teísta cristã, recomendo a leitura dos trabalhos dos filósofos Alvin Plantinga e Richard Swinburne.

  3. PARA GUSTAVO BERTOCHE
    Obrigado pelo esclarecimento,você não faz idéia do quanto me ajudou!!! O vestibular está à porta e eu ainda estava em dúvida se entrava ou não no curso de filosofia, mas agora, lendo o que você escreveu, já não tenho mais dúvidas. Vou ler os autores que você recomendou.
    Concordo plenamente que a filosofia deve ser uma ciência que use o censo crítico, metódico e no entanto, ciêntífico. A filosofia em sí deve ser isenta de fé, mas O FILÓSOFO NÃO É A FILOSOFIA.

  4. Caro,Carlos Donizete Ferreira, não sei se feliz ou infelizmente, o Teológo do tal artigo, primou pela pureza da Verdade e disse o certo.
    Fé e razão nunca se beijaram e jamais se beijarão.
    Ora, por que surgiu a filosofia grega? Justamente porque a fé nos deuses e semideuses não estava satisfazendo aquele povo em evolução. Buscaram então o conhecimento racional, rejeitando as crenças, a tradição e o mito. A filosofia aparece ao povo grego e lhes dá uma nova e melhor cosmovisão.
    Trata-se de um posicionamento, Verdade ou Mito.
    E penso ser verdade mesmo, que um autêntico filósofo será fatalmente um descrente, mesmo ocultando esta mudança dentro de si, para não se “escandalisar” perante a sociedade intolerante ao ateísmo e a toda descrença.

  5. “Fé e razão nunca se beijaram”? Pelo contrário: fé e razão são amantes. Inclusive na filosofia grega.
    Filósofo, você disse que pensa “ser verdade mesmo que um autêntico filósofo será fatalmente um descrente”. Só que você pensa errado. A religião só é impedimento para a filosofia ateísta. Fora do âmbito do ateísmo militante, há espaço filosófico para a crença religiosa.

  6. A Teologia de Atenas com sua fé mítica, condenou à morte um dos mais sábios dos filosofia: Sócrates, acusando-o de ateísmo, quando isso não era verdade. Apenas por Sócrates ensinar aos jovens que antes de conhecer aos deuses eles deveriam conhecer a si mesmos: Conhece-te a ti mesmo, dizia-lhes Sócrates, e conhecerá os deuses e o Universo.
    A Teologia mítica obrigou-lhe a tomar veneno com suas próprias mãos. Onde a Teologia está presente com ela está ao lado, em sua sombra, sempre um carrasco, pronto pra destruir tudo que seja humanamente compreesível e não apenas “Revelado”.
    Mostre-me caro senhor Gustavo aonde está essa fé amante da razão? Sejamos lúcidos e razoáveis, deixando que a luz da verdade brilhe tanto quanto a luz do sol. Teologia ou Filosofia são e serã inimigas até a existência dos dois últimos teólogo e filósofo.

  7. Filosofia é a busca da verdade, mas uma Contante busca , visto que a filosofia nada adota como verdade Absoluta.
    Ora, a teologia já encontrou sua Verdade absoluta, para que envolver-se na filosofia que é apenas uma busca amorosa da verdade.
    A não ser verdade que a verdade teologal ainda continui duvidosa e ainda não satisfatótia, o que fazem um multidão de padres e pastores numa universidade de filosofia? Acaso já não encontram estes, sua Verdade Absoluta? Sejamos coerentes!

  8. Sr. Gustavo, suspeito que “os bons filósofos teístas” referidos por Vs. Sa., sejam apenas uns bons sofistas a serviço da política e da religião.
    Respeitosamente,
    FilosofoIgnorante.

  9. Resposta #1: Filósofo, não se pode falar propriamente em “teologia de Atenas”. A teologia, com este nome e como estudo sistemático, só nasceu bastante tempo depois da morte de Sócrates. Além disso, a condenação de Sócrates não foi religiosa (pois o próprio filósofo provou, em seu julgamento, que não negava os deuses, muito pelo contrário): foi uma condenação política, devido aos ensinamentos anti-democráticos de Sócrates aos discípulos (muitos deles, inclusive, participaram de golpes e de governos autoritários na cidade).

    Resposta #2: Um filósofo pode acreditar em deuses, ou em Deus, ou ter uma religião. O próprio Sócrates dizia que um “deus”, um daemon, o perturbava constantemente. Depois dele, Platão, Aristóteles, Plotino, Agostinho, etc.etc.etc, até chegar a Descartes, Newton, Leibiniz, Locke, etc .etc.etc, e até Swinburne e Plantinga, hoje em dia, possuíam uma ou outra concepção de divindade. Nada impede que um filósofo participe de uma religião.

    Resposta #3: A Teologia é uma disciplina de estudos bastante vasta, não pode ser descartada sem mais nem menos como pura baboseira. Desde o século XIX, os teólogos incorporaram o espírito crítico, influenciados por filósofos que vão de Kant a Nietzsche, de Kierkgaard a Heidegger, e muitas de suas obras são finíssimas.

    Resposta #4: Há muitos religiosos nas faculdades de filosofia não porque estejam insatisfeitos com a teologia, mas porque os estudantes de seminários católicos e protestantes são obrigados a estudar na faculdade de filosofia antes de começar os estudos de teologia.

    Resposta #5: Você “suspeita”, Filósofo? Por que não gastar um pouco do seu tempo para estudar antes de falar besteira? Afinal, um filósofo pode sim ter uma religião; o que não se pode aceitar em qualquer filósofo é a burrice e o pedantismo neófito.

  10. Santo Agostinho tomou o conceito “teologia natural” da obra Antiquitates rerum humanarum et divinarum, de M. Terêncio Varrão, como única teologia verdadeira dentre as três apresentadas por Varrão: a mítica, a política e a natural. Acima desta, situou a teologia sobrenatural (theologia supernaturalis), baseada nos dados da revelação e, portanto, considerada superior. A teologia sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia, não estava subordinada, mas sim acima da última, considerada como uma serva (ancilla theologiae) que ajudaria a primeira na compreensão de Deus.
    Caro Gustavo, veja que estas três teologias já estavam presentes na Atenas de Sócrates, apenas hoje chamamos de Mitologia. Veja que a teologia sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia, não estava subordinada à Filosofia e era a esta a que Sócrates estava ligado, como também foi esta que mais contribuiu para sua condenação.
    Não há nada de errado em nos referirmos à Mitologia grega como Teologia e à Teologia hodierna como Mitologia. Que há de errado em pronunciarmos: mitologia bíblica, mitologia cristã? Ora todas englobam uma mesma mitologia: Mitologia greco-romana ou simplesmente Mitologia-Latina. Se os mitos são os mesmos, que importância faz o nome que damos à esta mitologia. Continuarei insistindo: Um filósofo que se preze será sempre um autêntico e lúcido ateu. Ou então terá seu nome na lista de nossa antifilosofia a qual chama-se Teologia, ou melhor, Mitologia.
    Ps: Os termos “falar besteira” “burrice” , não parecem apropriados para alguém que queira paracer-se sábio, como Vossa Senhoria.
    Saudações do FilosofoIgnorante

  11. Em primeiro lugar, você reproduz no primeiro parágrafo inteiro um texto sem citar a fonte (cf. http://www.comunidadeabiblia.net/forum/viewtopic.php?p=330&sid=b6df3d41d73d6eb80e8d6d4b6392c9f7). Até aí, é somente desonestidade intelectual. Vira burrice quando fala que Varrão, que influenciou a teologia de S. Agostinho, já estava presente na Atenas de Sócrates. Uma burrice do tamanho de vários séculos.

    Em segundo lugar, mitologia não é a mesma coisa que teologia. Mitologia é mitologia, teologia é teologia. Mitologia é o conjunto de narrações dos mitos de uma cultura, notadamente a grega. Teologia é o estudo sistemático e racional, influenciado pela filosofia, dos fenômenos do numinoso. Chamar cebola de maçã, quando se assume a ignorância, é apenas erro. Continuar chamando cebola de maçã depois de ser corrigido é burrice.

    Em terceiro lugar, se mitologia é diferente de teologia, não se pode chamar a teologia cristã pelo nome de “mitologia cristã”, a não ser com o intuito de difamá-la. Achar que uma proposição pejorativa pode ser assumida como acadêmica é sinal de burrice.

    Em quarto lugar, filósofo é filósofo, seja ateu ou não, e teólogo é teólogo, seja ateu ou não (surpresa! há teólogos ateus!). Quem pensa que filósofo teísta é teólogo ou não conhece filosofia ou, se conhece, é burro. Como você dá a si mesmo o apelido de filósofo, só pode ser um filósofo burro.

    E, finalmente, em quinto lugar: A burrice tem que ser chamada pelo nome certo: burrice. E é do que você sofre, não por ser ignorante, mas por ser burro. Entendeu ou ainda tá difícil?

  12. Caro Gustavo,

    Desculpe-me por ocupar seu sagrado espaço. Asseguro-lhe que esta é a última vez, e isso o faço somente para agradecer-lhe ter compartilhado de sua tão de brilhante sapiência a qual baseia-se na mais profunda mansidão, esta indizível virtude que somente aos sábios pode ser facultada.
    Com filosofia, teologia ou mitologia todos temos o mesmo cérebro e o mesmo destino.
    Saudações cordiais do FilosofoIgnorante

  13. Filósofo, você, assim como qualquer um, é bem-vindo aqui no blog, desde que não fique insistentemente sustentando (apesar de toda a esmagadora evidência em contrário) besteiras – como, por exemplo, a afirmação de que um filósofo não pode ter religião. A sua revolta contra o sentimento religioso lhe deixou cego ao fato de que muitos filósofos, no passado e hoje, abraçam um ou outro tipo de religiosidade. Perceba que sua atitude é semelhante àquela dos Enciclopedistas: muito barulho, muita gritaria contra a religião, mas pouca filosofia de fato. Se você aceita um conselho, estude mais: para se apaixonar pela filosofia, é necessário um comprometimento que leituras ocasionais e conversas de bar não fazem suficiente. Qualquer coisa, estamos aí.

  14. estou fazendo uma monografia,o tema a importancia da filosofia no ensino superior,ajude-me com algunsa artigos

  15. essa eeeeeeeeeeeeeeee demaisssssssssssssssssssss kkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  16. Caro Carlos, a Filosofia como uma ciência da busca pelo certo ou errado, jamais deixará de ser e ter a fé e a razão como boas adversárias, portanto siga sua crença religiosa e faça dos seus conhecimentos a sua verdade, mas não única, expresse seus desejos e pontos de vista no seu argumento, grande abraço.

  17. Filosofia pra mim é um exercício racional e sempre desconfiada pela própria natureza em besca do saber

  18. Gostei o bastante de participar dessa oficina
    estou muito grata! abraço

  19. FILOSOFIA É AMOR AO SABER NÃO IMPORTA SE VOCÊ É ATEU OU TEISTA O SABER ENGLOBA NÃO APENAS O RACIONAL MAS TBM A QUESTÃO EMOCIONAL CADA SER TEM SEU PONTO DE VISTA E SUA CRENÇA , COMO PODE SE SEPARAR O RACIONAL DO SENTIMENTAL DA CULTURA OU DA FORMA COM QUE FOMOS CRIADOS…UM SER HUMANO QUANDO VAI EM BUSCA DO SABER E DO RAIONAL JÁ TEM NO SEU SUBCONCIENTE SUAS CRENÇAS OU NÃO CRENÇAS NÃO VAI SER O CONHECIMENTO QUE VAI TORNA-LO ATEU……..SERES PENSANTES SÃO FEITOS DE CRENÇAS.

  20. Estou trabalhando com o ensino médio a disciplina, “Filosofia”, e a minha maior dificuldade é explicar o que é filosofia. Li vários livros e permanecí com a mesma dúvida. Hoje, lendo este texto, resolvi meu problema. Adorei o site. Obrigado!

  21. Estou encontrando certa dificuldade também em elaborar atividades para aplicar na sala de aula. Gostaria de ter algumas sugestóes para elaborar e executar meus planejamentos pedagógicos de forma mais agradável, lúdica, prazerosa e apreciável aos alunos. Não quero que meus alunos tenham o mesmo “desinteresse” em participar das minhas aulas, como eu tinha, pois eles enovavam nunca.

  22. Parabêns pelo artigo, a muito não ouvia de outro minhas próprias inquietações, principalmente no que diz respeito à argumentação em busca da verdade. fiquei realmente feliz pelo seu modo de dizer coisas tão profundas com tanta simplicidade. Parabêns de novo e sempre.

  23. Perante todas as discussões aqui apresentadas tenho que fazer um pequeno pronunciamento!
    A filosofia como método de investigação e de elevação do ser humano de um ssenso comum para um pensamento critico tem em primeiro lugar fomar cidadãos cada vez mais conscientes de suas responsabilidades perante uma sociedade cada vez mais desregrada.
    Segundo não importa se a pessoa é ateu ou teista e sim o que essa que elaborar com a filosofia.
    Platão não tinha a religião como principal ponto de debate, alem disso ele se preocupava muito mais com o interrese politico e cultural do que com religiões.
    Isso em um primeiro momento da filsofia antigua.
    em outro momento a filsofia continua a exitir com pensadores de um periodo medieval, que por sua ves eram cristão católicos e que professavam a fé em jesus Cristo.
    e nesta lista podem ser citados Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, São Boa Ventura e muitos outros, e aqueles que negarem essa existencia da filosfia medieval nos pensadores da periodo da Patristica e da escolástica concerteza não conheçem realmente o verdadeiro campo da investigação filosófica.
    Portanto independentemente da religião todas as pessoas devem por direito e obrigação buscar a filosfia e leva como principio vital da vida em sociedade, pois, como diz o próprio Platão no livro 2 de A Republica, somente o Rei Filósofo é preparado para assumir o governo da polis e governar o estado romano

  24. Oi Paulo. Já que você leu Platão, sabe que suas idéias sobre a cultura e a política são derivadas de suas concepções metafísicas – ou “religiosas”, se você preferir.

    Para Platão, como para muitos dos mais importantes filósofos, as primeiras e mais importantes questões são de natureza metafísica ou religiosa. As posições políticas, as posições morais, são consequência da metafísica, e não o contrário.

    Abraço!

  25. Olá, G e I deixem essa briguinha de lado, não adianta impor algum ponto de vista nosso em alguem por mais de 3 vezes! Eu não gostava de Filosofia porq nao a conhecia direito, agora adoro mesmo crendo em Deus amei a Filosofia na faculdade, mas quero seguir para um futuro nao impossivel a psicanalise que gosto muito, embora terei que dispor de tempo e dinheiro para isso! adorei os comentario e o site, abraços de quem tambem gosta muito de pscicologia e respeita cada ciencia na sua área ou no momento devido no nosso processo de evoluçao dentro do grau de maturidade que toda pessoa devia prezar!

  26. Olá Rosane.

    O problema é que nem tudo se resume a “ponto de vista”. Ao lado de proposições subjetivas, como “eu acho que a cor vermelha é bonita”, o que somente exprime um ponto de vista, existem proposições objetivamente verdadeiras e proposições objetivamente falsas.

    Um exemplo de proposição verdadeira é: “A Filosofia é uma atividade realizada há mais de dois mil anos.” (Quem disser que isso não é verdade é mentiroso ou ignorante). Um exemplo de proposição falsa é: “A filosofia e a religião são incompatíveis”. (Quem disser que isso é verdade é mentiroso ou ignorante).

    Nem tudo é questão de ponto de vista, Rosane. Ao contrário do que se aprende em muitos cursos de humanidades, o senso comum está certo quando diz que existem proposições verdadeiras e proposições falsas.

    E convencer o interlocutor de que ele afirma uma proposição falsa é importante. Ainda que seja necessário o uso não de três, mas de mil argumentos. Senão, qual o sentido de qualquer estudo? Para quê estudar alguma coisa se não for para chegar à verdade e mostrar a verdade aos outros?

  27. A filosofia é a compreensão do mundo,dos fatos e acasos.As intrigas na filosofia entre seus profissionais são inevitáveis.Mas filosofia é algo que se baseia na razão,e por isso não há varias explicações com varios sentidos para um problema.O que quero dizer é que religião é algo particular de cada ser,e não deve ser discutida.Já a filosofia afirma com base em fatos buscando sempre um forma de entender o universo intelectual,moral e social….
    E sempre está correta.Cada pessoa tem uma conduta diferente da outra,e isso as vezes é confundido e torna as pessoas frivolas e ignorantes.Discutir somente com a realidade e com afirmações na filosofia,é claro.E quanto aos valores sociais ,e a religião tambem influenciam no mopdo de cada um pensar.
    E que a verdade seja uma saída,a razão uma base e o antropocentrismo a escolha de cada um.E que o teocentrismo possa ainda existir na vida de pessoa”comuns”.

  28. vou começar a cursar a faculdade de filosofia e estava cheio de duvidas , suas explicaçoes me ajudaram bastante obrigado gustavo!

  29. A filosofia vem com uma proposta argumentativa de buscar o conhecimento e discutir com uma visao ampla e formando noçao bastante articulada sobre os assuntos expostos.Ela nos mostra uma situaçao,um objeto,ou mesmo o mundo por varios angulos.

  30. obg.pelos debates ,pois eu estava com muitas duvidas sobre filosofia e vcs sem querer tiraram elas de mim.E uma coisa ñ discutem sobre religioes pois religião ñ salva nimguem , mas sim sua fé em Deus.bjs e um abraço

  31. Bem… li todos os argumentos e outros comentários neste “blog” e penso que a filosofia antes de mais nada vem através da razão pensar os seguintes conflitos existências do homem teista ou não, são eles; de onde vim; para onde vou; porque estou aqui; e o que devo fazer? Agora de que maneira você ou os filósofos consagrados vão pensar isso depende de um ponto de vista e um ponto ou vários de início (proncípio) e claro uma argumentação objetiva.
    Mas hoje mais do que dar respostas a filosofia questiona a realidade em que vive o ser humano, isso sem entrar nos detralhes de toda a tradição e das correntes que nos senver de suporte para tal questionamento, então ser teista ou não em nada tem haver com a filosofia.
    so um () sou teista acredito em um único Deus, mas nem por isso deixo de questionar sua e a minha existência e como isso ira influênciar em minha vida, e mais ainda como isso ira influênciar no meu agir, a grande ideia da flosofia hoje é pensar a prática e fundamentar com argumentos objetivos e lógicos…
    bem espero ter contribuido em algo… ahhh sou estudante de filosofia e também tenho um blog http://reflexaum.blogspot.com/ só pra constar

    PARABÉNS AI AO CRIADOR DESTE BLOG MUITO LEGAL!

  32. olha, li tdos os argumentos. obg.pelos debates ,pois eu tinha muitas duvidas sobre filosofia e vcs sem querer tiraram elas de mim.E uma coisa ñ discutem sobre religioes pois religião ñ salva nimguem , mas sim sua fé em Deus. abraço Edilson alves.

  33. Gostei do texto de apresentação sobre o papel da filosofia. Quanto aos argumentos do ” FilosófoIgnorante”! Bem! São realmente de uma ignorância tosca, prezando pelo simplismo e pela leviandade. É bastante possível ser filósofo e teísta, e na história da filosofia há inúmeros exemplos. Eu pessoalmente, gosto muito de Marx que influenciou vários campos: Economia, Política, Sociologia, Psicologia, Arte, Religião, Serviço Social e etc; e ainda é referência muito frequente nos dias de hoje. Um filósofo ateu. Há também grandes filósofos que acreditam em Deus como Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, Santo Thomas, Leibniz, Locke, e etc, mas nem por isso devo comungar com tudo de Marx. Sartre é outro belo exemplo de filósofo ateu, com grande competência e influência. Isso tudo mostrar que a filosofia consegue abarcar em seu seio inúmeros pensadores com vários matizes e competências que nos ajudar a compreender melhor nosso mundo e as relações existentes nele, buscando atingir cada vez mais e de forma plena o bem maior, que é a liberdade de pode analisar e escolher a verdade, mesmo que provisória; perante aos desafios e às dúvidas surgidas no horizonte de nossa existência.

  34. Se você quer uma verdade pronta, ela está revelada na Bíblia, se você busca explicações, então tem que fazer Filosofia…

  35. O texto de apresentação me parece excelente. A discussão sempre faz bem ao intelecto, desde que tenha um sentido razoável. Parece-me que todos esses embates que se dão no âmbito das deliberações filosóficas servem para despertar, como aparentemente está fazendo, interesse pelo estudo sério dos fenômenos com os quais convivemos diariamente. Se a filosofia convive harmonicamente ou não com a religião não é uma questão para desavenças, mas um tema que serve de ponto de partida para que nós, inquietos, porque a própria vida se nos apresenta como algo inquietador, possamos arguir “nossas razões” e tentar convencer, antes que aos demais, a nós mesmos, que vivemos em uma realidade de indefinições; indefinições que nos assustam.

    Parece obvio que não encontraremos respostas verdadeiras e definitivas aos nossos grandes questionamentos, aqueles que estão “atrelados” à nossa existência. Mas esse “fato” não é suficiente (e não seria sensato pretender que o fosse) para nos fazer desistir da busca, própria dos amantes da filosofia, pela satisfação, embora provisória, dos nossos questionamentos e desejos. Quanto mais se busca as respostas, mais versões delas encontraremos; e as versões são válidas, porque, ainda que não sejam o remédio definitivo, pelo menos nos satisfazem provisoriamente, porque, ao que parece, disso se trata: de que estejamos satisfeitos.

    Gostei deste espaço…
    Viva a filosofia, a religião, a moral, o ateísmo… Viva o ser humano inquieto. Assim o somos. Até quando? Ah, isso eu não sei. Prometo seguir buscando saber.

    Valdson Amorim

  36. Muito bom e de grande, quanto a querela ela se faz necessária até porque a essência da filosofia estar no filosofar, no que tange a questão de ser ateu ou ateísta é relativo, a busca pela verdade nos fazem acríticos e isso em nada nos impede da crença da existência ou não existência de Deus, se tomarmos por exemplo o filosofo Jean Paul Sartre,em seu escrito O existencialismo é um humanismo, onde julgo que a tese central diz, “A existência precede a essência”, nos remete que o homem existe, surge no mundo e só em seguida se define. em nada isso implica que o existencialismo ateu o qual Sartre representa e mais coerente dos quais foram discutido nas resposta até então mencionadas.

  37. Gostei do seu artigo. Estou para ministrar aulas no ensino médio de filosofia e sociologia. Gostaria de saber qual assunto, após delimitar o método e o objeto da filosofia, devo iniciar com os meus alunos?
    marcosatm@yahoo.com.br

  38. Oi Marcos, eu defendo que cada professor construa o percurso do modo que considerar que faz mais sentido. Eu sempre parto dos gregos (seja começando pelos pré-socráticos, seja começando por Sócrates) e sigo um percurso histórico-temático, pois isso faz sentido para mim. Sugiro que reflita como você compreende a filosofia – seja como uma narrativa, seja como uma tentativa de responder a certos problemas, seja de outro modo, ou até mesmo uma combinação de tudo isso – e apresente o processo do filosofar de acordo com essa sua compreensão pessoal. Um abraço!

  39. Antes de tudo quero agradecer e dizer que foi.., é.., e sempre.. será de extrema utilidade a FILOSOFIA em todo o seu conteúdo, OBRIGADO há todos…!!!!

  40. Filosofia nao tem uma difinicao corecta. Mesmo agora poso dizer que tou a filosofar

  41. Filosofia é uma ciência para poucos, pois pensar, como diz Sócrates em seu método maiêutico, filosofar significa literalmente pari ideias; como a natureza humana apenas mulheres podem pari, o mesmo se passa à aqueles capazes de pensar filosoficamente. pois, Filosofia e Teologia não só apenas co-irmãs mais mais uma complementa a outra. Não há uma separação exclusiva mais uma união inclusiva.

    Reginaldo N Martins!

  42. Não somente a filosofia, mas, qualquer ciência não é propriedade de um ou outro autor. Após a criação do universo, o próprio criador falou para o primeiro homem: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra”. Gênesis 1:28. Com isso, estou pontuando uma questão filosófica, na qual, interpreto, que o feitor de tudo, entregou a terra e a sua natureza para nós a pesquisarmos e aprendermos sobre a mesma. Havendo essa permissão do criador, é que vieram as diversas posições ideológicas sobre o que se criou tanto no que existe na terra como no que há no céu.
    Continue nesse propósito Gustavo Bertoche…!

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